O içamento de um corpo inerte é uma marionete. Nesse sentido True Rouge inicia o grupo de obras içadas. Estas obras trazem um repertório de elementos conjuntivos que separam e ao mesmo tempo conectam o corpo do marionete ao corpo do manipulador. São cabos, hastes, ganchos, correntes e ventosas. A diferença de um corpo de marionete e um contra peso içado está na ilusão de que a marionete sustenta o próprio corpo, tornando os conectivos, por vezes, invisíveis.
Uma linha pode implicar temporalidade, sugerindo viagem de A para B. Nosso olhar ou nosso gesto pode caminhar por ela partindo de um ponto a outro ainda que A seja igual a B. Ao final dessa viagem podemos dizer que apreendemos a linha dentro de um espaço de tempo.
Um pedaço de chapa de borracha ou feltro é amassado pelo centro, amarrado como um cilindro e cortado transversalmente. O resultado é um recorte redondo esticad e uma sobra amarrada. No centro desse recorte, lâmpada infravermelho ou ultravioleta, exautores ou parabólicas reflexivas narram sobre o limite da visão, ou as formas de reconhecer o invisível. São João Batista apresenta na sobra amarrada uma linha atemporal, onde a degola do plano gerou um carimbo que é entintado de iodo ou tinta vermelha para ser impresso na parede.