Num lado da sala, duas placas negras de borracha estão apoiadas entre a parede e o chão. Atrás de cada uma delas está uma lâmpada ultravioleta e infravermelha, respectivamente. Entre as placas, uma lâmpada branca. Um sensor é acionado por uma pequena aranha de prata pendurada do teto por um fio que vai até o outro lado da sala. Lá, o fio desce até uma caixa de música que toca “Smoke gets in your eyes” (eternizada pelas vozes do The Platters) por 6 horas seguidas. A caixa de música enrola o fio nesse mesmo intervalo, e em seguida passa a desenrolar pelas próximas 6 horas. Este movimento faz com que a aranha suba e desça acionando o sensor no seu ponto mais baixo . A cada vez que a aranha aciona o sensor, a corrente elétrica é desviada da lâmpada branca para as lâmpadas ultravioleta e infravermelha, e vice versa. No outro lado da sala, encostado diante da caixa de música, repousa uma pesada chapa de chumbo. Sobre uma das placas negras encontra-se uma mosca de plástico. Uma grande sombra de aranha surge do lado da parede de chumbo momentos antes da luz branca ser desligada.
O trabalho, Pálpebras, cria um glossário de tipos de invisibilidade. Aquilo que é muito pequeno, aquilo que é quase parado, aquilo que está atrás de você, aquilo que está além do ultravioleta, aquilo que está aquém do infravermelho, aquilo que a fumaça esconde e aquilo que as pálpebras velam.