A operação começa com um pedaço de argila macia, um chapéu, um banco alto e uma mulher seminua. Do volume interno de um chapéu retira-se uma quantidade de igual volume em argila. Parte da argila é posta no chão e antes dos pés experimentarem sua textura, uma folha de cobre é colocada entre a planta do pé e a argila. Outra parte da argila e posta no tampo de um banco alto e antes do corpo nu se apoiar no banco, outra folha de cobre é colocada. Ao sair do banco, antes da mulher descarregar seu peso sobre um de seus braços, outra parte da argila é colocada na borda do banco, outra folha de cobre surge entre a argila e a palma da mão. Ao sair, o corpo veste o chapéu deixando a sobra de argila entre a palha e os cabelos. Entre eles está a folha de cobre. Sete bancos são visitados simultaneamente por sete corpos ou sucessivamente pelo mesmo corpo. A argila é esculpida pelo primeiro contato com o corpo, tendo sempre a folha de cobre por cima. Junto de todos os baixos relevos de argila cobreados são acrescidos um dente, um pequeno funil e um dedal. Um fio de cobre se desenrola pelo banco conectando os três pedaços de argilas no chão, no tampo e na borda.
Eventos são atemporais mesmo estando ligados por uma linha, ou, a linha é temporal mesmo sendo interrompida por eventos.
No livro Barroco de Lírios, a performance é apresentada em fotografias, junto a uma carta, ou diário secreto, onde uma jovem descreve o momento em que seu corpo se enche de prazer ao voltar em visita a um canto escondido na mata atlântica onde despida se banha num pequeno riacho.