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Sete homens carregam sete malas por um trajeto envolvendo dois quarteirões, desenhando as duas bordas de uma fita de Moebius. Ao passarem um pelo outro, as malas se chocam e os conteúdos se espalham pela rua. Os homens colhem o conteúdo espalhado nas malas e retomam o trajeto.

Dizer que no conteúdo haviam pedaços de um corpo humano sem o tronco, envolvido por um material gelatinoso, aludindo o clássico crime, onde o esquartejador transporta a sua vítima numa mala; ou mesmo lembrar que o trabalho comenta um crime contra a humanidade, fazendo uma homenagem às vítimas de Chernobil, não parece menos importante que a descrição científica feita da experiência, presente no livro Barroco de Lírios. Nela, Tunga se comporta como um cientista seguindo minucioso método descritivo. Na descrição, aquilo que pode parecer uma performance de rua se camufla de experiência científica.